Precisava do fim-de-semana. Precisava de dormir sem horas, de me enredar nos meus próprios pensamentos, de dar coerência às minhas emoções e de descansar. Queria ficar comigo por algum tempo, cuidar de mim para mim mesma. Queria ler, queria escrever. A escrita sempre foi a minha melhor maneira de organizar as emoções, de colocar em palavras os indizíveis sentimentos que tantas vezes me assolam. Manter um diário, um registo de desejos e de medos é um habito que guardo da infância e tenho tantas saudades dessa infância das palavras, em que não havia medo. Agora tenho medo das palavras que escrevo. São profecias. Foi com essas palavras que moldei a minha vida, que amassei os meus desejos, que reconstruí as minhas perdas e que tracei o meu rumo. Quase tudo o que sou e o que tenho são essas palavras. Quando arranquei ao esquecimento os meus diários comecei a ter medo de escrever, de estar a criar um mundo demasiado fantasmagórico, habitado de seres frágeis, perigosamente solitári...
"Temer o amor é temer a vida, e quem teme a vida já está três quartos morto." Bertrand Russell
Obrigada Querida Cristina, que partilhemos muitos mais aniversários. Que continuemos a crescer juntas, com a destreza da aprendizagem diária e individual. Um grande Bem-Haja repleto de carinho e gratidão. Beijinho.
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